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O Templo de Salomão

O Templo de Salomão

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Moisés recebeu o “Pergaminho do Templo Sagrado” – os planos para a construção do Templo Sagrado – quando subiu ao Monte Sinai. Os nossos sábios ensinam (Midrash Shemuel 15:3) que Moisés entregou esse pergaminho para Josué, e que ele foi passado de geração em geração até chegar às mãos do Rei Salomão.

A estrutura construída pelo Rei Salomão diferia em vários aspectos do Segundo Templo construído posteriormente por Herodes. Em resumo, as principais diferenças são:

O Saguão de Entrada (Ulám), na frente do edifício, atingia uma altura de 120 cúbitos (aprox. 60 metros), conforme afirmado em 2 Crônicas 3:4, enquanto o Segundo Templo tinha 100 cúbitos de altura (aprox. 50 metros). O Saguão do Templo de Salomão era na verdade a entrada do Santuário, com duas aberturas, uma dentro da outra. A abertura externa era larga, enquanto a interna era mais estreita, com dez cúbitos de largura (aprox. 5 metros).


O Santuário (Hechal) tinha três andares de “células” – ou pequenas salas – que o circundavam (1 Reis 6:5). O nível superior continha dois “sótãos” conforme está escrito: “… as suas tesourarias, as suas câmaras superiores…” (1 Crônicas 28:11), atingindo uma altura total de 90 cúbitos (aprox. 45 metros), em comparação com a altura total do Segundo Templo, que era de 100 cúbitos (aprox. 50 metros).

O Altar (Mizbêach) do Templo de Salomão media 20 cúbitos quadrados (2 Crônicas 4:1), enquanto o Altar do Segundo Templo tinha 32 cúbitos quadrados.

O Mar de Salomão (Iám) era usado como reservatório para fornecer água para o serviço dos sacerdotes. Segundo o Talmud de Jerusalém, também era usado pelos sacerdotes para realizar a imersão do corpo. No Segundo Templo, no entanto, não havia tal “mar”; ele foi substituído pela “Câmara da Roda”, no norte, de onde a água era fornecida.

No Templo de Salomão havia dez Pias sobre pequenas carroças com rodas, além da pia dos tempos de Moisés. Já no Segundo Templo havia apenas uma bacia.

No Templo de Salomão havia dois pilares de cobre na frente do Ulám, que eram chamados respectivamente de Iachin e Bôaz, adornados no topo com coroas rodeadas de romãs. Esses dois pilares não existiam no Segundo Templo.

No Templo de Salomão havia janelas. Conforme mencionado em 1 Reis 6:4, elas eram estreitas no interior do edifício e iam se alargando à medida que se aproximavam das paredes externas. Provavelmente, janelas semelhantes também estavam presentes no Segundo Templo.

Além do Candelabro feito por Moisés, o Rei Salomão acrescentou mais dez candelabros de ouro.

Ele também acrescentou dez mesas à feita por Moisés.

A respeito da parede que divide a Santidade da Santidade e a Santidade, a Baraita afirma (cap. 7): “A Santidade das Santidades feita por Salomão tinha parede, abertura e portas.” Sobre a abertura havia uma cortina, e o Rashi explica (TB Iomá 72b) que ela tinha imagens que se assemelhavam a águias e leões. No Segundo Templo não havia uma parede de pedra, mas apenas duas cortinas em seu lugar, e essa área era chamada de Amá Teraksin.

No Templo de Salomão, a largura interna do Santuário era de 20 cúbitos (aprox. 10 metros), seu comprimento era o dobro disso e sua altura era de 30 cúbitos (40, no Segundo Templo).

No centro da Santidade das Santidades construída pelo Rei Salomão, no Primeiro Templo, ficava a Arca da Aliança, coroada pelos querubins confeccionados na época de Moisés. Salomão acrescentou dois grandes querubins de 10 cúbitos de altura (aprox.. 5 metros) e folheados a ouro, colocados nas laterais da Arca, com suas envergaduras se estendendo de parede a parede (1 Reis 6:23).

No Templo de Salomão, na Santidade das Santidades, a Arca permanecia sobre a Pedra Fundamental. As varas da Arca se estendiam da parede oeste, nas “costas” da Arca, até a cortina, no leste. Elas chegavam a tocar a cortina (vista à direita), como afirma o Talmud (TB Iomá 54a): “‘E as varas sobressaíram’ (1 Reis 8:8) – a impressão delas podia ser vista do outro lado da cortina.”

Quatro itens eram depositados na Santidade das Santidades para proteção: o jarro de Maná, um frasco do Óleo da Unção, o cajado de Aarão, com suas flores e amêndoas, e o presente de ouro enviado pelos filisteus, quando estes devolveram a Arca a Israel (TB Iomá 52b).

No Segundo Templo, apenas a Pedra Fundamental permaneceu na Santidade das Santidades. A Arca, os querubins e os outros itens armazenados lá foram escondidos pelo Rei Josias nos últimos anos do Primeiro Templo numa “sala segura”, preparada muitos anos antes pelo Rei Salomão. O Rei Josias ouviu da profetisa Chuldá que a destruição do Templo estava a caminho e, portanto, ordenou que os itens sagrados fossem escondidos preventivamente.

E o Midrash (Bamidbar Rabá 15:10) ensina que o fogo do Altar, o rúach hacódesh (Inspiração Divina) e os querubins também foram escondidos.

O Primeiro Templo, construído pelo Rei Salomão, durou 410 anos, até ser assolado pelo Rei Nabucodonosor, da Babilônia. Com a destruição do Templo, os judeus foram exilados de sua terra natal – alguns para a Babilônia, outros para o Egito, Pérsia e Média. As Dez Tribos foram exiladas para lugares distantes ao norte e ao leste e não tiveram o mérito de retornar. Os exilados nunca deixaram de desejar reconstruir o Templo Sagrado, e encontramos orações para esse efeito na Bíblia (Daniel 9).

De fato, depois de 52 anos, os primeiros a retornarem da Babilônia chegaram a Jerusalém e renovaram o serviço do Templo. Primeiramente, eles reconstruíram o Altar em meio às suas ruínas, e dentro de 18 anos – 70 anos após a destruição – todo o Templo já estava de pé novamente.


O Templo Sagrado de Jerusalém

Trecho extraído da obra O Templo Sagrado de Jerusalém, recém-publicada pela Editora Sêfer.

Luxuoso livro de 464 páginas, formato 21×28 cm, colorido, que oferece ao leitor um vislumbre magnífico da glória e esplendor do Templo Sagrado. Por meio de centenas de interpretações artísticas detalhadas, criadas por alguns dos mais habilidosos artistas de Israel, o Santuário e o serviço sacerdotal ganham vida, e o leitor poderá começar a entender a beleza do Serviço Divino realizado no Templo Sagrado durante as festas e ao longo de todo o ano.

 

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