Anatomia judaica: A cabeça e o cérebro
Anatomia da Alma Judaica
O Sistema Nervoso Central: A Cabeça e o Cérebro
O encéfalo se divide em três partes principais – o cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral (mesencéfalo / medula oblonga). Cada uma delas desempenha funções diferentes, porém perfeitamente coordenadas. O cérebro é a sede do intelecto, o cerebelo coordena os movimentos corporais, e o tronco cerebral (composto pela medula, protuberância anular, mesencéfalo e hipotálamo) transmite impulsos por todo o sistema nervoso. Essas três áreas fundamentais do encéfalo atuam como veículos de seus respectivos mochin, as faculdades espirituais do intelecto: o cérebro é a sede de Chochmá (sabedoria); o cerebelo, de Biná (entendimento); e o tronco cerebral, de Dáat (conhecimento). O crânio, que abriga os mochin, corresponde a Kéter (coroa).
O Sistema Nervoso Central
O cérebro é a seção mais volumosa do encéfalo, ocupando a maior parte do crânio, a caixa óssea que envolve e protege o encéfalo. O cérebro é o centro do intelecto, da memória, da linguagem e da consciência. Ele recebe e interpreta as informações transmitidas pelos sentidos e controla as funções motoras do corpo. Está dividido em duas metades, conhecidas como os hemisférios direito e esquerdo. O hemisfério direito é associado às faculdades não verbais, não temporais, relacionais, intuitivas e holísticas. O hemisfério esquerdo está ligado com as faculdades verbais, temporais, analíticas, racionais, lógicas e lineares.
O cerebelo é a segunda maior parte do encéfalo. Está localizado logo abaixo do cérebro, na região posterior do crânio, próximo ao tronco cerebral. O cerebelo é responsável pela postura, pela coordenação e tônus muscular, e pela manutenção do equilíbrio.
O tronco cerebral está situado perto do centro do encéfalo e desce até a protuberância anular e a medula oblonga, onde se conecta com a medula espinhal. Ele é composto principalmente de nervos que passam através da medula espinhal e vão ao encéfalo, servindo assim de canal de transmissão de mensagens entre o cérebro e o resto do corpo, através do sistema nervoso. O tronco cerebral também controla e regula muitas funções corporais automáticas e involuntárias.
A medula espinhal é constituída de tecido nervoso que passa pela coluna vertebral. Trinta e um pares de nervos espinhais ligam o cérebro à medula espinhal e a medula espinhal aos músculos, ao aparelho sensorial e a outras partes do corpo. Junto com doze pares de nervos cranianos (assim chamados porque se ligam diretamente ao encéfalo), eles controlam movimentos voluntários e sensações. Os nervos do sistema nervoso vegetativo, que controla e regula funções motoras involuntárias, como a do coração, pulmões, intestinos e vasos sanguíneos, também se originam aí.
Os Mochin: uma Visão Cabalística
Encontramos na Bíblia e nos escritos talmúdicos e cabalísticos muitas referências a Chochmá (sabedoria), Biná (ou Tevuná; entendimento e / ou lógica) e Dáat(conhecimento). As três formam a “cabeça” da “árvore da vida das sefirot” e são chamadas, em conjunto, de mochin (faculdades intelectuais). As sete sefirot inferiores correspondem ao “corpo” e são denominadas midot (traços de caráter), através das quais os mochin se manifestam. (No apêndice D, apresentamos um diagrama para facilitar a visualização da configuração da árvore da vida das sefirot.)
Quando se medita sobre as sefirot, é aconselhável que, de forma alternada, elas sejam ora visualizadas como um sistema unificado, ora consideradas como poderes individuais ou grupos de poderes. Como sistema unificado, as sefirot representam as fases compreendidas entre um impulso ou vontade inicial (Kéter) e um ato final que satisfaz essa vontade (Malchut). Kéter pode ser visto como causa, e Malchut como efeito. Todas as outras sefirot – tudo que acontece ao longo do caminho – são etapas do processo de realização do impulso inicial.
A árvore da vida das sefirot costuma ser apresentada em três colunas: direita, esquerda e do meio (conforme mencionado acima, no capítulo 3). À direita, correspondendo ao hemisfério direito do cérebro, ao braço direito e à perna direita, respectivamente, encontram-se Chochmá, Chéssed e Nétsach. À esquerda, correspondendo ao hemisfério esquerdo do cérebro, ao braço esquerdo e à perna esquerda, estão Biná, Guevurá e Hod. No meio, correspondendo ao tronco cerebral, à coluna vertebral e aos órgãos sexuais, localizam-se Kéter, Tiféret, Iessod e Malchut. (Como veremos, a quase-sefirá de Dáat só é incluída entre as sefirotquando Kéter não é, e vice-versa.)
Na Cabalá, a “direita” representa o conceito de misericórdia, amor e iluminação ilimitados e incondicionais. A “esquerda” simboliza o conceito de doação limitada e condicional (dependente do merecimento ou da capacidade de receber do receptor). O “meio” significa a sinergia perfeita dos dois pólos.