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Entrevista com Jorge B. Pessôa Filho

Entrevista com Jorge B. Pessôa Filho

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Entrevista concedida no dia 16 de novembro de 2013 por Jorge Barnsley Pessôa Filho, Grande Superintendente do Distrito 47 da Ordem Sagrada dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Real Arco ou Ordem da Sagrada Sabedoria à Revista FRATERNITAS IN PRAXIS.

FinP – Jorge, o que é a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Santo Real Arco ou Ordem da Sagrada Sabedoria?

Jorge – É a mais alta ordem filosófica dentre as Ordens Inglesas. Ela é uma Ordem posterior aos cavaleiros templários, e ela tem algumas restrições: além de você ser um Maçom do Real Arco e um Cavaleiro Templário, você precisa, e é importante que isso ocorra, ser um mestre instalado no simbolismo que tenha dirigido uma Loja por pelo menos um ano.

Ela tem algumas características: é uma ordem extremamente mística, é uma ordem que se baseia na Bíblia, em lendas muito antigas. Ela é também conhecida como ordem de Melquisedeque. Na verdade, Melquisedeque é aquele que em tudo se igualou a Jesus Cristo. É aquele que era o rei da paz, aquele a quem, está na Bíblia, Abraão pagou dízimo de todas as suas riquezas. Ora, portanto, era alguém superior a Abraão, que foi o fundador da religião judaica, o patriarca judeu que estruturou a religião judaica. A ordem de Melquisedeque é anterior a isso.

Ela se baseia especificamente em Melquisedeque e depois em Jesus Cristo. Portanto, é uma Ordem exclusivamente cristã. E uma das características que ela tem diferente de todas as outras Ordens que nós conhecemos, é que ela é uma Ordem internacional. Nós temos um Grande Sumo Sacerdote, ‘Grand High Priest’, que fica no nosso quartel general, e é na cidade de York, Inglaterra, e inclusive a gente se reúne muitas vezes dentro da sede que era aquela mesma do tempo dos “Antigos”, da Grande Loja dos Maçons de Toda a Inglaterra, que eram conhecidos como os “Antigos”, ou seja, aqueles que não aceitaram as restrições e as imposições feitas em 1717 pela Grande Loja dos Modernos, que, na verdade, foi uma criação do Jorge I, o primeiro da Dinastia de Hanôver que quis, com a Grande Loja de Londres, domesticar a Maçonaria, até proibindo a Maçonaria de tratar de política e religião.

Então essa característica dela ser uma Ordem Universal é muito interessante porque nós tínhamos, ou nós temos, as Grandes Lojas, ou Grandes Orientes de países, de Estados, de regiões… depois nós temos Grandes Priorados ou Grandes Acampamentos de países… nós temos Supremos Conselhos de países, nós temos o Supremo Grande Capítulo de Maçons no Real Arco do Brasil, o Supremo de Maçons do Real Arco dos Estados Unidos, Supremo de Maçons do Real Arco da Bolívia, o Grande Conselho dos Maçons do Real Arco de São Paulo… ou seja, sempre restrito a uma região.

Na verdade, existem duas Ordens e só duas ordens que são de fato universais. A Ordem dos Sacerdotes dos Cavaleiros Templários, e a ‘‘Royal Arch of Scotland’ na Escócia. A Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários é toda ela subordinada ao “Grand College”, cuja sede fica na cidade York, exatamente na cidade dos Antigos, e que tem distritos pelo mundo. Nós temos distritos na China, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Togo, Estados Unidos, Canadá… nós temos distritos em 50 países do mundo. É uma ordem bastante pequena para o seu nível mundial, principalmente pelo fato dela exigir que todos os seus membros sejam mestres instalados, restrição essa que as outras ordens abandonaram. O Real Arco americano, como nós sabemos, abandonou-a criando o grau de “Past Master”, e o sistema inglês moderno abandonou isso, abandonando simplesmente. Você para chegar a Maçom da Marca, Maçom do Real Arco, à Cruz Vermelha de Constantino, ao Grau Zariato na Inglaterra você não precisa ser Mestre Instalado. É a única ordem que manteve essa restrição, então ela é uma ordem pequena. Nós não chegamos a 10 mil membros em todo o mundo. Mas é uma ordem bastante querida.

O local de reuniões da ordem chama-se Tabernáculo e nós temos reuniões de tabernáculo normalmente quatro vezes ao ano. Três vezes ao ano, essa reunião é no seu Tabernáculo. O meu especificamente é o Tabernáculo Brasil, sediado na cidade de São Paulo. Então três vezes por ano temos reunião de Tabernáculo lá. E uma vez por ano, já marcado há mais de cem anos, na cidade de Birmingham, no segundo sábado do mês de junho. Então, no segundo sábado de junho, todo os Sacerdotes Cavaleiros Templários são convidados para uma reunião em Birmingham. E todos os Sumos Sacerdotes de cada Tabernáculo são convocados para essa reunião em Birmingham.

A gente procura se basear em todas as religiões e tirar as coisas boas de todas as religiões. Uma coisa que nós tiramos do Islamismo é que todo o Sacerdote Cavaleiro, ao menos uma vez na vida, deve participar da reunião anual em Birmingham. É uma festa maravilhosa. Na verdade, além das reuniões nós temos duas refeições: uma exclusivamente para os KTPs, e outra para os KTPs e famílias. Maçonaria andou esquecendo bastante que Maçonaria é familiar. Nós temos que integrar a nossa família, nós temos de ser na Maçonaria homens melhores e homens ligados à célula-mater da sociedade, que é a família, sem dúvida alguma.

Então, há o chamado “ágape familiar”, ou seja, o baile de gala com esposas e filhos, e o outro só para nós. É uma delícia você se sentar em uma mesa de doze, que a gente faz a refeição, onde tem um irmão do Togo, um irmão da Alemanha, um irmão do Canadá, um irmão da Nova Zelândia, um irmão do Brasil, e é uma confraternização muito grande. Agora posso dizer realmente que já fui recebido em todas as partes do mundo de fato como irmão.

FinP – E quantas pessoas costumam comparecer a essa reunião?

Jorge – Na última, agora em 2013, tinham quatrocentos e poucos irmãos. Não foi a maior. Temos que lembrar que a Inglaterra em junho ainda estava bastante em crise, com questões econômicas, um macroeconômico meio… mas eu já estive reunião em Birmingham com quinhentas e tantas, até 600 pessoas. A maior que eu estive era com seiscentas e poucas pessoas.

FinP – Como funciona essa divisão por distritos?

Jorge – Existe uma superintendência por Distrito. Você tem um distrito para o Brasil, que é o Distrito 47. Nós somos o distrito 47, nós somos bastante jovens. Esse distrito foi fundado em 2006.

FinP – E como é a relação do “Grand College” com seu distrito?

Jorge – Uma relação muito boa e bastante íntima, porque os membros do ‘Grand College’ vieram ao nosso distrito já cinco vezes. Como é uma Ordem muito pequena e muito restrita, nós ainda mantemos a tradição de que o ‘Grand Hight Priest’ e os Grandes Oficiais da Ordem, que são chamados por nós de pilares, o Grande 7º Pilar, o Grande 6º Pilar, o Grande 5º Pilar, pilares que vão de um a sete, além do ‘Grand Hight Priest’, ele, acompanhado de alguns Grandes Oficiais, veio para a consagração de todos os nossos Tabernáculos. Nós já temos sete Tabernáculos consagrados no Brasil e o ano que vem nós devemos consagrar mais quatro.

Então, o ano que vem todo o ‘Grand College’ virá de novo para o Brasil. Pessoalmente eu e o Grande Secretário Distrital, a gente viaja normalmente duas ou três vezes para a Inglaterra por ano, ou para Londres ou para Birmingham, ou para York. E nos 7 anos de nosso Distrito eles já vieram cinco vezes para cá. Fora isso eu mantenho contato telefônico e por e-mail com eles duas vezes por semana. É uma coisa muito próxima.

FinP – Esses quatro Tabernáculos a serem consagrados serão onde no Brasil?

Jorge – Um vai ser consagrado em Recife. Um vai ser consagrado no Rio de Janeiro, aliás, no Estado do Rio já tem dois: um na cidade do Rio e um na cidade de Niterói. O outro vai ser consagrado em São Paulo, que já tem também dois. E um quarto vai ser consagrado em Osasco. Então é Recife, Rio, São Paulo e Osasco.

FinP – Os que já existem já estão mais espalhados pelo Brasil? Estão em que Estados hoje em dia?

Nós temos no Rio Grande do Sul; nós temos no Distrito Federal, em Brasília; nós temos em Santos; nós temos dois em São Paulo; Rio de Janeiro; Niterói. E vamos ter mais quatro.

FinP – E quais as exigências burocráticas para ingresso? Em questão de reconhecimento no simbolismo?

Jorge – Você precisava ser de uma Grande Loja ou Grande Oriente que tenha tratado de amizade com a Inglaterra, com a United Grand Lodge. Isto era até fevereiro deste ano. Em fevereiro deste ano, em vista das condições peculiares de brigas do Grande Oriente do Brasil, foi mudada essa regra para você ser ou de uma potência simbólica reconhecida pela Inglaterra ou ser um Maçom do Real Arco do Rito de York, dos Estados Unidos, ou que tenha correlação, tenha tratado de amizade com o Grande Capítulo Geral do Real Arco Americano, ou o Grande Acampamento de Cavaleiros Templários dos Estados Unidos. E nós temos o representante no Brasil, o Real Arco, que foi o primeiro a englobar os três grupos de potências da Maçonaria Simbólica no Brasil. Tanto o Grande Oriente do Brasil, com todos os seus Grandes Orientes Estaduais, ou como é conhecido no mundo inteiro, Grandes Orientes Distritais; como as Grandes Lojas Estaduais; e os Grandes Orientes Independentes Estaduais.

Este Tabernáculo que vai ser fundado agora em São Paulo, é basicamente composto por membros do Grande Oriente Paulista, da COMAB. Eu quero ressaltar: em nenhum Tabernáculo nosso há qualquer limitação para entrada de qualquer maçom regular. Como exemplo, nesse Tabernáculo que será fundado por maçons da COMAB do Estado de São Paulo, eu tenho já inscritos alguns do Grande Oriente do Brasil e da Grande Loja do Estado de São Paulo. Se não me engano, são três membros da Grande Loja, dois do Grande Oriente do Brasil e a maioria é do Grande Oriente Paulista. Não se fala em potência simbólica. Houve uma época que o Grande Oriente do Brasil tentou, até por correspondência oficial, subordinar os Sacerdotes Cavaleiros ao Grande Oriente do Brasil, através daquela associação protetora dos Ritos, mas que na verdade é quem dirige todos os Ritos porque quem nomeia o Grão-Mestre do Cavaleiros Templários deles, por exemplo, é o Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil. Então são sociedades que não tem soberania. Se o seu líder maior é nomeado pelo Grão-Mestre de uma potência simbólica, eles estão excluídos do mundo maçônico.

FinP – Isso não torna de certa forma esse Corpo irregular? Por questões de tratado de independência?

Jorge – Não o torna irregular. Torna ele não soberano. Não é uma ordem soberana. Me diz: o que é um maçom irregular? Ele não é reconhecido. Eu não o reconheço como Cavaleiro Templário. Isso não quer dizer que não sejam regulares. Talvez eles trabalhem regularmente…

FinP – Mas existe outros Tabernáculos no Brasil que não são do Distrito 47?

Jorge – Não. Eles tentaram, tentaram, mas não conseguiram carta patente.

FinP – E para você o que representa ser um Sacerdote Cavaleiro Templário?

Jorge – Representa que você chegou ao topo de uma hierarquia. Isso te dá a obrigação de ser um membro espargidor da luz. Até o sinal de um Sacerdote Cavaleiro Temporário é chamado “o sinal da Luz”. A nossa obrigação, de um Sacerdote Cavaleiro Templário é espargir a Maçonaria. A Ordem se baseia nas Sagradas Escrituras e existe um trecho da cerimônia na Ordenação de um Irmão como Sacerdote Cavaleiro Templário, onde se lê aquela parte da bíblia que diz: “Agora você não sairá mais à luta. Você será um espargidor de luz para manter a nossa religião forte e firme.” Porque antes o Cavaleiro Templário é um soldado da Cruz. Você ganha uma espada para defender a religião. A nossa fé em Deus. Já o Sacerdote não sai mais à luta. Ele será aquele que estuda e que dissemina a luz, no caso da Maçonaria e da religião Cristã.

FinP – Inclusive celebrando missas? Como sacerdote ele tem essa função?

Jorge – Não. Ele não celebra missas. Nós não somos uma Ordem Eclesiástica. Nós somos os sacerdotes da Ordem de Melquisedeque. Nós lembramos na mais alta de nossas cerimônias, chamada “Grand Point”, que no vernáculo inglês é alguma coisa periciada, não é só um ponto grande, é o topo. Nessa cerimônia nós lembramos, nós bebemos vinho, comemos pão e comemos sal, e lembramos que Cristo fez isso, mas muito antes de Cristo, Melquisedec também fez isso. Quando Abraão venceu a guerra na Palestina e tomou a Palestina, daí ele se encontrou como Melquisedeque e Melquisedeque o abençoou levando a ele pão e vinho, de tal maneira que se comemora em todas as religiões e em nossa fraternidade, o Ágape Fraternal.

A raça humana sempre se reúne ao redor de uma mesa comendo. A gente em casa reúne os amigos, comemos dando festas, ou nos reunimos com a nossa família e em volta de nossa mesa. É a mesma coisa. Essa consagração não é uma missa. Não é uma cerimônia para aquele que acredita na transformação do pão no corpo de Cristo. Não. É a comemoração, pelo pão, do companheirismo, da fraternidade. Compartilhamos o pão e o vinho pelos quais nós vamos partilhar o nosso júbilo, a nossa alegria, e pelo sal nós vamos partilhar a nossa unidade.

FinP – Temos notícia de que os Cavaleiros Templários da vertente inglesa, costumam realizar algumas “Missas Templárias”, que geram dúvidas para a população brasileira porque são realizadas em Igrejas. Eles utilizam igrejas emprestadas, às vezes dos Anglicanos, e realizam essas missas templárias, o que levanta o questionamento de alguns maçons se isso não vai de encontro ao fato da Maçonaria não ser uma religião, e não poder desde 1717 se envolver em questões religiosas.

Jorge – Primeiro, dizer que “desde 1717″ não representa nada. Embora os ingleses queiram ser o dono da ‘Franchising”, ser a Grande Loja Mãe… não é coisa nenhuma.

FinP – A Maçonaria e escocesa era bem mais antiga, inclusive.

Jorge – Exato. Eu tenho na nossa biblioteca os livros da Loja de Kilwinning, que é a Loja número zero da Escócia, e eu vi que os arquivos de Kilwinning tem atas especulativas do ano de um mil cento e oitenta e poucos. Tem até um livro de registro de marcas onde é muito claro o porquê de o livro ter duas partes: o registro das marcas dos Maçons Operativos, e o registro das marcas dos Maçons Aceitos.

Na verdade, 1717 é a pura tentativa da casa de Hanôver, do rei Jorge I, o primeiro rei da casa de Hanôver, que estava inseguro politicamente e inseguro religiosamente. Porque a história da Inglaterra é farta de: subia um rei, matavam os católicos; subia outro rei, matavam os protestantes; aí subia o outro, matavam os católicos; e o outro matava os protestantes. Então Jorge fez as Lojas Maçônicas naquela época, que eram o centro de comunicação. Hoje nós temos telefone celular, naquele tempo como é que a notícia se espalhava? De boca em boca. E as lojas Maçônicas eram os grandes espargidores das notícias, dos movimentos populares. Jorge I, para acabar com isso, criou a Grande Loja de Londres, reunindo quatro das inúmeras Lojas que tinham. Na verdade, tinham 16 ou 18 Lojas, e ele conseguiu reunir 4. Soltou dinheiro nessas quatro e falou pro capelão Anderson: “Olha, você deixa os meninos fazerem o que eles quiserem, contando que não falem da política ou religião.” Foi uma tentativa de subornar. Só que…

FinP – A Constituição então teria sido modelada por um cara que costumava contar histórias, inventava Arvores genealógicas…

Jorge – Certo. Sem a mínima dúvida. Anderson era escocês, a serviço do rei da Inglaterra Hanôver, que, diga-se de passagem, era um rei que não falava nem inglês. Ele só falava alemão. Ele era até muito impopular, um rei que não fala a língua da sua terra. Só que depois nós tivemos a era Vitoriana onde a Inglaterra não dominou, mas influenciou o mundo todo. Influenciou o Brasil imensamente. Então criou-se a história de que ela (a Grande Loja de Londres) era a detentora da “Franchising” da Maçonaria. Palhaçada. Bobagem. Qualquer Maçom que estude um pouco de história da Maçonaria verá que 1717 é uma tentativa dum rei de silenciar o pensamento e o livre arbítrio do Maçom. E até hoje eles tentam.

FinP – E essa questão das missas templárias que são celebradas na Inglaterra?

Jorge – Há um pequeno equívoco na tua colocação. Não é uma missa templária, embora muitas vezes os próprios Templários escrevam isso. É bobagem. Não é uma missa templária. É uma missa assistida por Templários. Apenas assistida. Sentou-se no banco e olhou lá. Como um casamento. Você vai a um casamento até podendo ser cristão ou não. Sua prima vai se casar e você vai ao casamento dela. Esteja ela se casando com um católico, com um presbiteriano, e você vai no culto, mas não é que você seja adepto daquela missa ou culto… você apenas está lá. Então a missa que você está vendo é missa templária? Não. É uma missa normal de uma igreja normal, assistida por templários. A ordem dos Templários tem isso. A Ordem da Cruz Vermelha de Constantino tem isso. Tem um monte de Ordem que tem isso. A Hípica Paulista, que é o clube que eu frequento, faz uma missa todo ano no nosso grande picadeiro, na época do Dia das Mães, para todos os sócios do Clube. Não é essa missa hípica. É uma missa realizada para os sócios da Hípica, e qualquer religião pode fazer isso. A Igreja Católica ‘omana não faz muito. Os presbiterianos fazem muito. Isso é muito importante.

FinP – A Ordem tem mais de um grau?

Jorge – A ordem são 32 graus. O 32º grau é o de Sacerdote Cavaleiro. Você, quando faz a cerimônia de Sacerdote Cavaleiro, recebe por comunicação os outros 31 graus. O que se quer dizer receber por comunicação, no nosso entender? Eu te dou nome e está na hora de você estudar! É claro que nós temos os rituais dos 31 graus. Isso é da origem da ordem dos Sacerdotes Cavaleiros. Aliás, ela chama Sacerdote Cavaleiro Templário por causa dessa sua origem. Ela não tem nada a ver com a Ordem dos Cavaleiros Templários. O que ela tem é que ela nasceu na Irlanda, da reunião daqueles velhos Templários, aqueles mais estudiosos que eram normalmente já Cavaleiros Grã-cruz do Templo, que é que é a mais alta condecoração da Ordem Templária. E os Cavaleiros da Grã-cruz do Templo tinham essa amizade e se reuniam semestralmente para discutir Maçonaria, para estudar. E eles foram desencravando Ordens, todas as Ordens de Cavalaria que vieram para a Europa na Idade Média, que se criaram ou que vieram para a Europa, tanto do Oriente Médio quanto do norte da Europa. E esses Cavaleiros Templários “seniores” as estudaram, até que reuniram num grupo, numa Ordem Sacerdotal, numa Ordem de estudo.

No começo era considerada como apenas um grau aliado. Assim foi até que, no final do século XIX, eles se reuniram e a tornaram uma Ordem independente. Mas é basicamente uma Ordem de estudos.

FinP – Então quanto você é iniciado Sacerdote Cavaleiro Templário e recebe esses graus é como se fosse uma matrícula para uma escola em que todos os graus antecedentes são programas de estudo?

Jorge – Exato. São programas de estudo baseados em mesas, baseados em lendas contidas nesses graus. Por exemplo, o 31º grau é sobre os libertos de Heredom. Quem são os libertos de Heredom? Se você for procurar na história do começo do reino de Israel, eram 13 tribos. Dessas 13, uma sumiu. A 13ª tribo é a tribo de Heredom. Então esse grau, os libertos de Heredom, é baseado na história dessa tribo, que foi escravizada pelas outras tribos de Israel. Então essa história constitui-se um estudo que não é exclusiva da religião israelita, nem da religião católica, mas é uma parte da história da humanidade que ficou meio esquecida. É um dos graus de nossa Ordem.

FinP – E tendo esse conteúdo todo para estudar, ela tem alguma válvula de escape para esses estudos? Há alguma publicação onde os membros publicam artigos, resultantes desses estudos?

Jorge – Não, a Ordem especificamente não. Eu pessoalmente não aceito muito essa história de que a Maçonaria é uma sociedade filantrópica. Na constituição de todas as potências diz isso. Mas não. A Maçonaria não é uma sociedade filantrópica. É uma sociedade de formação de homens, de homens bem formados. De homens perfeitamente integrados na sociedade e bem polidos. E se somos perfeitamente polidos, seremos nós filantropos. A minha Loja base não faz filantropia, mas eu sou diretor de duas creches, tenho outro Irmão nosso, o Irmão Celso, que é um sujeito que é integrado na questão de dar sopas à noite para mendigos na cidade. Ele é espírita, essa é a religião dele, e ele segue isso. Nós outro dia na nossa Loja contamos algo entre 40 ou 44 sociedades ajudadas pelos membros da loja, mas não pela loja. Não é a Maçonaria que é uma sociedade filantrópica. São os Maçons que são pessoas bem-informadas e que vão ser os filantropos.

Da mesma forma, retornando a questão de publicações, existem grandes publicações escritas por membros da ordem, mas a ordem não publica nada. Na verdade, que eu saiba, a Ordem tem dois ou três livros publicados sobre sua história interna. Mas há um monte de livros publicados por membros da ordem. Eu já publiquei um e estou escrevendo outro agora.

FinP – Pelo cargo que você ocupa na Maçonaria, você tem bons contatos, tem uma experiência Maçônica na Inglaterra, e também experiência Maçônica nos Estados Unidos. Você vai todos os anos na Inglaterra e você também costuma ir em eventos e congressos não só nos Estados Unidos. No Brasil a gente sabe muito bem que existe um grupo que tenta promover a hegemonia na Maçonaria do Brasil, promovendo muita confusão e muita fofoca acerca da relação entre Ordens inglesas e Ordens americanas. Muitos desses dizem que não existe reconhecimento, não existe amizade, não existe intervisitação. Você que já transitou e transita por Inglaterra e Estados Unidos, o que você poderia dizer da relação entre a relação entre Arco Real inglês e o Real Arco Americano, os Templários ingleses e os Templários americanos?

Jorge – Eu, de fato, tenho boa relação na Inglaterra. Eu sou o único brasileiro pertencente a “Royal Order of Scotland”, que é toda Maçonaria Escocesa. Sou membro nos Estados Unidos de quatro ou cinco ordens. E sou um Shriner.

Na verdade, existe um equívoco muito incentivado pelo Grande Oriente do Brasil na sua atual gestão, que infelizmente desde desembargador Murilo, que faleceu durante o seu Grão Mestrado, que o GOB caiu num desentendimento, na melhor das hipóteses. O que ocorre é uma rixa, uma inveja muito grande, mas não entre a Maçonaria inglesa e a Maçonaria americana. Mas entre o Distrito inglês do Brasil, da United Grand Lodge of England no Brasil, e o restante da Maçonaria brasileira. Vocês ouviram ontem em alto e bom tom em alguns discursos: A Maçonaria inglesa está morrendo. A Ordens inglesas estão decaindo. Na verdade, a única Ordem que não está decaindo, que está subindo, é a Ordens dos Sacerdotes dos Cavaleiros, todas as outras estão diminuindo. até pela sua qualidade universal, a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros na Inglaterra pode diminuir um pouco, mas no mundo ela aumenta muito. E uma vez eu estava conversando com Grandes Oficiais ingleses, e falei: “Poxa vida, o distrito inglês se está jogando pedra, está fazendo palhaçada…” Sabe qual foi a resposta do Grande Oficial? Traduzindo para o português: “Senhor, aquilo não são ingleses. São expatriados que vivem lá no Brasil.” Então, isso que dizem não existe. Toda nossa reunião de Sacerdotes Cavaleiros, temos membros americanos que estão lá. Toda a reunião da “Masonic Week” tem membros ingleses que estão nos Estados Unidos.

A gente precisa ver as coisas em um âmbito histórico maior. O que existe na verdade é que economicamente no início do século XX, fim do século XIX, a Inglaterra dominou o mundo economicamente. Com certeza dominou o Brasil economicamente. Nossa industrialização, desde 1900 até o Getúlio, foi exclusivamente inglesa. Aí a Inglaterra forçou e criou um negócio que é uma aberração: um Distrito Maçônico inglês encravado no Brasil. Esse distrito inglês, conforme o tratado, autorizou dez Lojas no Brasil falarem em inglês e serem subordinadas direto à United Grand Lodge of England.

Essas Lojas, todas fundadas no Grande Oriente do Brasil, saíram e fizeram o Distrito inglês. Isso é passado, isso morreu. A Light já foi nacionalizada. A Moinho Velho, as minas de ouro, já foram nacionalizadas. Mas ficou um ranço de Maçons, hoje quase completamente decrépitos. A salvação do Distrito inglês foi há uns dez anos atrás, quando o Grande Oriente de São Paulo salvou o Distrito inglês, por que lojas como a Saint George Lodge não funcionava mais. Ela estava com três membros só. Daí eles pediram Socorro Maçônico. E então o Grão Mestre Adjunto do Grande Oriente São Paulo pediu para nós entrarmos na Loja Inglesa para que ela não abatesse colunas.

A Loja inglesa vive, mas por causa disso. Eles falam que têm 10 Lojas e, se eu não me engano, 80 e tantos maçons. Na verdade, todos os membros são de quase todas as Lojas. E eles foram cooptados pela atual administração do GOB. A questão dos Cavaleiros Templários, a história é muito clara. Eles sempre existiram no Distrito inglês, assim como outras Ordens inglesas, só que o Distrito inglês não admitia brasileiros no Arco Real, na Marca, nos Templários. Não aceitava os brasileiros. Quem brigou muito para aceitarem os brasileiros foi o falecido ‘Rubens Barbosa de Marcos, então Grão Mestre do Grande Oriente de São Paulo.

Daí a Grande Loja do Estado de São Paulo conseguiu trazer da Espanha o Arco Real, o Cavaleiro Templário e outras Ordens Inglesas. Só que quem primeiro assumiu os postos principais foi o Grão Mestre da GLESP. Daí o então Secretário, e eterno secretário de relações exteriores do GOB desde que o Murilo morreu, ficou ofendidíssimo porque ele não era o chefe da Ordem. Ele foi para a Inglaterra e conseguiu na Inglaterra, através dos seus contatos, outra carta patente. Então, em novembro de um ano fundou-se a Cavalaria Templária com o Grande Priorado do Brasil. E em fevereiro do ano seguinte criou-se o Grande Priorado do Grande Oriente do Brasil. Aí já começou a briga. A briga não tem nada a ver entre Estados Unidos e Inglaterra.

Se você for com o seu paletó vermelho a qualquer capítulo do Arco Real inglês, na Inglaterra, você será maravilhosamente bem recebido. Se você for com seu paletó vermelho no Capítulo Inglês do Distrito inglês aqui, que fica na Rua Lisboa, em SP, ou num Capítulo do Grande Oriente do Brasil, você não será recebido. Os Capítulos Americanos recebem e nós não temos nada contra. Somos Irmãos. Aliás, a briga é só lá no topo. Na base nunca houve briga de Potência. Nenhum membro de um Grande Oriente Independente foi recusado na minha Loja do Grande Oriente do Brasil, quando eu era do Grande Oriente do Brasil. É hipocrisia dizer que não existe, porque qualquer posse de grande signatário do Grande Oriente do Brasil consta lá os membros da COMAB que são convidados. Então dizer que não reconhece é palhaçada. Então não existe a briga. O que existe é o raio de um Distrito inglês que devia ter sido extinto assim como todas as companhias inglesas foram. Quem fez as ferrovias no Brasil? São Paulo Railway Roll, que era uma companhia inglesa, que depois mudou para Companhia Paulista, depois mudou para Rede Ferroviária Federal. Tudo bem. Evolui. Mas a ânsia de ter o poder, de manter o poder… todo mundo para eles é espúrio tirando eles. Eles são o anjo Gabriel, só que as pessoas passam, morrem.

FinP – Jorge, e por que da exigência de ser ter sido um Mestre de Loja para o ingresso no KTP? Já que outras Ordens aboliram tal exigência, não seria interessante fazer o mesmo na Ordem dos KTPs?

Jorge – Nós queremos Maçons que tenham um nível de conhecimento adequado para poder pertencer à Ordem. Para mim, a maior experiência que um Maçom tem é o ano que ele passa à frente de uma Loja Simbólica. Esse ano que ele passa à frente de uma Loja Simbólica equivale a 400 ou 500 livros que ele tenha estudado. Disso o KTP não abre mão.

Essa questão de ser de uma Loja reconhecida pela Inglaterra quebrou, não tem mais. Pode ser reconhecida pelos Estados Unidos, e os Estados Unidos são muito maiores do que a Inglaterra hoje. A Inglaterra foi grande no século XIX. Depois da Segunda Guerra Mundial, a potência é os Estados Unidos. O que se quer para ser KTP é alguém que tenha vivido a Maçonaria. E você só pode viver a Maçonaria depois que você passou um ano como Venerável de uma Loja. A ligação maçônica que nós temos é grande, mas a ligação que um Venerável tem com aquele Irmão que ele recebeu na Maçonaria é um negócio fenomenal.

Você já foi Mestre, você já dirigiu uma Loja. Você sabe que é um conceito totalmente diferente, você ser, por um ano, responsável por 30 homens, muitas vezes melhores e maiores do que você, certo? E você tem que ser o Venerável, de ser a luz para eles. Você ser a luz para uma turma que muitas vezes ali entre eles têm gente melhor do que você. Mas você é o líder. Você está com o malhete na mão. Essa experiência é imprescindível para você ser Sacerdote. O resto é você ter os graus, porque são a base do estudo.

FinP – Você comentou que era do GOB. Você saiu do GOB? Está na Grande Loja agora?

Jorge – Não. Eu estou em uma Loja americana e no Grande Oriente Paulista. Eu estou no Brasil no Grande Oriente Paulista (COMAB). Eu saí do GOB por conta de uma palhaçada que eles chamam de Justiça do GOB. Eu sou do Supremo Conselho de Jacarepaguá também (Supremo Conselho do Grau 33 do ‘EAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil), e sou da Loja José Carlos Salles do Grande Oriente Paulista.

FinP – Existe algo dos Sacerdotes Cavaleiros Templários que é administrado pelo Wagner Veneziani?

Jorge – Não estamos falando de estelionatários aqui. Nós estamos falando de maçons. Que eu saiba não existe.

FinP – Não existe? Não funciona?

Jorge – Nunca vi nada disso. Ele tentou e foi expulso da Ordem dos Sacerdotes por uma razão simples: o Wagner é Cavaleiro Templário ordenado Sacerdote. Como Cavaleiro Templário, você assina uma declaração de que você acredita na Santíssima Trindade e nos dogmas do Cristianismo. E ele tem escrito um livro, de autoria dele, Wagner Veneziani da Costa, onde ele fala claramente que a Santíssima Trindade é uma invenção. Ele fala com todas as letras. Então no mínimo é um perjúrio. A Ordem dos Sacerdotes, o Grand College, não expulsou, não fez nada, só o desligou. Ela não está preocupada com um sujeito que é perjúrio, que assina uma coisa e escreve outra coisa contraditória. Não tenho absolutamente nada contra as religiões afro, contra a Umbanda, contra o Candomblé. Não sigo essas religiões, mas não tenho nada contra. O que eu não posso aceitar é uma pessoa ser de uma religião, então dizer que acredita numa outra coisa, assinar que acredita naquela outra coisa, e depois escrever que aquilo que ele disse que acredita é papagaiada. Ele é que não é uma pessoa correta, idônea. Tem um e-mail do Tulio dizendo que a Ordem dos Maçons Operativos é espúria. A Ordem ficou espúria porque o Túlio disse que é espúria? Ele que é um imbecil que escreveu uma coisa dessa. Eu tenho direito de dizer que o Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro é espúrio. Se eu falo, ele vai ser espúrio por que eu falei??? Não. O Wagner… ele só escreve e assina besteiras para cá, besteiras para lá… é um louco porque o Grande Mestre da Ordem de Cavalaria do Grande Oriente do Brasil é ele, Wagner Veneziani. Um sujeito que não é cristão. Isso vai contra todas as coisas da Ordem. Então a Cavalaria não é nada, é brincadeira?

FinP – Você quer dar um último recado, fazer o último comentário?

Jorge – O que eu quero dizer é que eu fico muito feliz, muito mesmo, em ver o atual entrosamento dos Grandes Orientes Independentes da COMAB. Na verdade, sempre em linhas preces eu sempre me lembro muito do Curi e do João Guilherme, porque eles começaram uma coisa que se transformou no que talvez seja a salvação da Maçonaria Brasileira. Nós todos sabemos que as Grandes Lojas do Brasil surgiram de uma eleição contestada, para não dizer roubada no Grande Oriente do Brasil. E os Grandes Orientes Independentes posteriormente nasceram de outra eleição também contestada no Grande Oriente do Brasil.

FinP – E foi diferente nessa última eleição do GOB?

Jorge – Só que nessa última eleição, graças a Deus, não houve outra cisão, outra criação de Obediências. A eleição foi totalmente roubada, foi um negócio vergonhoso. Aliás, basta o fato de que o Tribunal Eleitoral que se reuniu para a apuração no GOB tinha na porta dois gorilas, dois seguranças contratados, não maçons, para permitir a entrada ou não das pessoas interessadas. Isso é uma eleição livre e honesta??? Eu, Jorge Pessoa, tenho a cópia autenticada da ata de reunião de uma Loja de Pernambuco, com… não sei os números agora, mas vamos dizer: 18 votos para o Mozarildo e 02 votos para o Marcos José. E tenho a publicação do tribunal: 18 para o Marcos José e 02 para o Mozarildo. Eu tenho essa movimentação.

Não sei se você tem ciência daquela condenação que o Marcos José teve pela Justiça em Brasília, pela publicação onde ele se diz o primeiro afrodescendente brasileiro a dirigir o GOB, o que também é mentira porque nós já tivemos negros à frente do Grande Oriente do Brasil muito antes dele. Só que naquele tempo era negro, não era afrodescendente! (risos) Deve ter uma diferença agora, não sei. Infelizmente o GOB está em uma fase muito crítica, mas as pessoas passam.

FinP -A gente é transitória.

Jorge – A ordem um dia volta ao caos. A grande verdade é que, quando o desembargador Murilo morreu, tinha morrido um pouco antes o Jovelino, que era Adjunto. Quando ele morreu, o GOB em si, a organização GOB caiu na mão da assembleia. E a assembleia é e sempre foi o lugar dos maçons indesejados em Loja. Quando o maçom era muito chato e a gente queria se desfazer dele e tal, a gente o elegia Deputado da assembleia Maçônica Legislativa Federal pra ele ir pra Brasília. Só que morreu o Grão Mestre, tinha morrido o adjunto, e caiu na mão da assembleia. Aquilo era uma corja, eles mudaram aquilo e ficaram com aquilo e ninguém consegue desencastelar eles de lá. Infelizmente é o que aconteceu.

Unificação da Maçonaria do Brasil hoje é, a meu ver, inviável. Não por nós. Por nós a gente se unifica na hora. No meu Templo Maçônico, tem Lojas das três potências, ao mesmo tempo, se confraternizando. Mas tem muito avental bonito por aí… não dá para fazer a unificação da Maçonaria no Brasil. Em país sério como a Alemanha houve. No Brasil não dá ainda. Mas a união que o João Guilherme e o Curi fizeram da Maçonaria… o João Guilherme foi o grande artífice da mudança de regras do Grand College, em York. O João conseguiu colocar na cabeça deles que é um trabalho sério. Eles viram que o Grande oriente do Brasil está podre. Então nós só vamos aceitar Maçons do Grande Oriente do Brasil??? E todos os maçons dos Grandes Orientes Independentes? E todos os maçons das outras Grandes Lojas? Tem só quatro Grandes Lojas aceitas pela Inglaterra. E as Grandes Lojas do Nordeste, as Grandes Lojas do Centro-Oeste, as Grandes Lojas do Sul? Não podem ser Sacerdotes Cavaleiros? Todos dos Grandes Orientes Independentes não podem ser Sacerdotes Cavaleiros porque o senhor Túlio Colacioppo não aceita?

Então ótimo, hoje basta a aceitação dos americanos. Hoje, por exemplo, o Grande Oriente Paulista, da COMAB, já tem cinco reconhecimentos internacionais, entre eles o reconhecimento da Grande Loja do Distrito de Columbia, em Washington, onde é inclusive a sede do Supremo Conselho Mãe do Mundo do Rito Escocês Antigo e Aceito, o da Jurisdição Sul dos EUA.

Então, na verdade, em dez ou doze anos que está fazendo isso, o João Guilherme conseguiu quebrar essa resistência e aceitou a todos e estamos aqui. Aqui tem maçons de vinte ou mais potências simbólicas diferentes. Todos convivendo fraternalmente, trabalhando, estudando. Então eu gosto de dizer que se o GOB quer criar o Supremo Colégio dos Meninos que Gostam de Bruxaria, é um direito que ele tem. Se quiser dar um nome de Grande Colégio do Real Arco, paciência. Nós estamos em uma democracia. Cada um chama o seu ilho do nome que quiser.

FinP – A gente quer agradecer a sua atenção, por você nos dar o direito de publicar esse material, e isso vai facilitar para as pessoas conhecerem melhor o KTP. Obrigado, Jorge.

Jorge – Eu que agradeço.

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