Esoverso
Yeshua ben Yoseph

Yeshua ben Yoseph

Leitura em 3 min

A contribuição de Jesus na história da cabala

Quando: Século I

Onde: Judéia

Livro: Evangelhos

Importância: Levou a Torá as ovelhas perdidas da casa de Israel

Como não poderia deixar de ser o papel de Jesus (Yeshua Ben Yossef) na história da cabala judaica é bastante controverso. Por despertar forte emoções religiosas em muitas pessoas esse assunto é quase sempre deixado de lado ou mesmo evitado entre cabalistas judeus. Mas esta não é a unanimidade. Para alguns Jesus foi um cabalista, para outros o maior cabalista de todos os tempos, para outros uma peça fundamental na evolução da Cabala na história da humanidade.

Jesus falava ensinava em parábolas assim como Moisés ensinou com a linguagem dos Ramos e Raízes. Embora os evangelhos (canônicos e apócrifos) não tenham sido escritos por ele, mas por seus seguidores eles mostram que essencialmente os ensinamentos são os mesmos que a cabala ensina. Entre elas:

  • Gilgulim neshamot e a história de João Batista ser Elias.
  • Gilgulim neshamot e a lista genealógica de Jesus no começo do evangelho de Mateus
  • Gerim Tzeddikim e a história da ovelha perdida, do dracma perdido e do filho pródigo.
  • Shalosh Kavim e o conceito de trindade
  • Partzufim e as cinco almas, mundos, luzes e árvores do evangelho de tomas
  • Os dois aspectos do messias (filho de Davi e filho de José)
  • O amor a Deus e ao próximo como cumpridor de todos os mitzvot
  • Tehyas Hameyshim e a ressureição
  • Masakh e o Véu do Templo
  • A idéia de que a percepção define a realidade e a ideia de que “a candeia do corpo são os olhos”
  • Lashon hara e o controle da língua
  • Ruah Hakodesh e o Espírito Santo
  • Kavim e os dois mestres que não podem ser servidos juntos ( e os dois ladrões crucificados juntos)
  • Galgaltha e Golgota

Note que os significados cabalísticos do evangelho não estão apenas nos ensinamentos direto de Jesus, mas principalmente nos eventos descritos. Isso nos leva a concluir que seus discípulos foram instruídos nestes segredos e que o evangelho pode ser inteiramente lido como uma analogia para a evolução da alma, exatamente como a Torá. Além disso tudo a ênfase no amor ao próximo antes do legalismo é um atrator estranho entre muitos outros grandes nomes da história da cabala.  Ironicamente os ensinamentos de Jesus encontrariam sua própria forma de fariseismo alguns séculos depois.

Não é a toa que séculos depois dele nasceu todo um ramo de estudos da cabala conhecido hoje como cabala cristã e que influenciou cabalistas como Pico della Mirandola e Cornelius Agrippa. De acordo com o cabalista Rav Moses David Valle, Jesus teve a missão importante no desenvolvimento da cabala, pois levou os segredos do Torá para todas as nações gentias para “salvá-los de suas misérias”  em uma época em que finalmente estavam prontas para recebê-las. Obviamente isso não tem nada haver com a maior parte do cristianismo de hoje onde Jesus é um ídolo e sua adoração é mais importante que seus ensinamentos.

Para Rav Moses  todo conflito entre o cristianismo e a Torá não tem razão de ser pois são em essência uma coisa só: “As Crianças de Israel se recusam a acreditar que o poder de Deus estava fluindo por Jesus e que ele redimiu os gentis. E os cristãos se recusam a acreditar que tudo isso veio de um Deus, uma Luz.”. E ele vai ainda mais longe, segundo Moses Jesus foi morto justamente por tentar levar a Cabala para as massas.

Este ponto é muito curioso pois se formos ver se não houvesse Jesus não haveria séculos depois da cabala cristã e consequentemente ela não teria saído do seio judeu, não haveria portanto as variações mais recentes da cabala, como a cristã, a hermética e muito menos cabala draconiaca, que ironicamente é estudada hoje justamente por nove a cada ‘anti-cristos’. Ou seja, Jesus foi crucial para a sobrevivência da cabala nos milênios que se seguiriam e mesmo que não tenha recebido este nome entregou muitos princípios da Cabala aos seus seguidores. É quase como se a sabedoria estivesse protegendo a si mesma da diáspora judaica que se seguiria a destruição do Templo de Jerusalém.

 

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